Câncer de garganta não é mais doença de idoso!

câncer de garganta

 Nos últimos anos temos observado uma mudança importante no perfil dos pacientes acometidos pelo câncer de garganta.

Na verdade, tem ocorrido um aumento na incidência dos tumores de orofaringe, que compreende a região da garganta, as amígdalas, a base da língua e o palato mole.

Vinte anos atrás, o câncer de garganta era detectado principalmente em pessoas acima de 50 anos; fumantes, consumidores de álcool e do sexo masculino.

Hoje, no mundo, pelo menos 25% dos cânceres de orofaringe estão relacionados à infecção pelo HPV e não ao consumo de álcool e tabaco. Nos EUA este número pode chegar a 80-90%.

 

No Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam que os cânceres de cavidade oral e orofaringe estão entre os 5 tipos de maior incidência em homens brasileiros.

 

Câncer de garganta e HPV

 

câncer de garganta
HPV tem provocado aumento dos casos de câncer de garganta

E, embora o cigarro e o álcool ainda sejam suas principais causas, eles costumam exigir uma exposição prolongada para o desenvolvimento de um tumor de cabeça e pescoço (entre 15 e 30 anos de consumo).

Outro fator de risco é importante hoje: o papiloma vírus humano.

Popularmente conhecido como HPV, tem a capacidade de desenvolver um câncer em menos tempo.

Há queda de consumo do tabaco e de casos de tumores relacionados ao tabaco devido às campanhas de conscientização.

Porém, o perfil do doente de câncer de garganta está mudando.

Atualmente, há aumento do índice de casos relacionados ao HPV, e a projeção é de elevação até 2030.

Hoje esse índice já chega a 80% em algumas populações.

 

Dados 

*Anualmente, surgem 600 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço – entre eles, boca e garganta – em todo o mundo. 

*Existem mais de 150 tipos de vírus HPV. A maioria dos casos de câncer de orofaringe está associada aos tipos 16 e 18, contra os quais já existe vacina

 

Transmissão e prevenção

 

Não se deve relacionar a transmissão do vírus exclusivamente à atividade sexual, apesar do sexo oral desprotegido ser um dos fatores principais de contaminação.

O vírus pode ser transmitido por saliva, através de um beijo na boca ou dividindo o mesmo copo, por exemplo.

Estima-se que entre 25% e 50% das mulheres e 50% dos homens estejam infectados pelo HPV em todo mundo.

Mas a maioria das infecções é transitória, sendo combatida espontaneamente.

Grande parte dos infectados nem apresenta sintomas. Na cavidade oral e orofaringe este número é de aproximadamente 7%.

A infecção pelo HPV na boca e garganta pode se manifestar através de papilomas, que são como verrugas.

Quem apresenta alguma ferida ou lesão deve observar se ela está demorando a cicatrizar (procurar profissional de saúde se demorar mais que 2 semanas).

Porém, mesmo quando o tumor maligno já se desenvolveu, pode não haver lesão visível ou nenhum sintoma associado.

No geral, câncer de garganta e boca pode apresentar os seguintes sintomas:

*Lesão que demora a cicatrizar

*Nódulo no pescoço

*Dificuldade para mastigar e engolir

*Rouquidão

*Dor na língua ou na garganta (persistente)

*Mau hálito persistente

Os tumores ligados ao HPV têm uma taxa de cura maior do que os associados a tabaco e ao álcool.

A vacinação é a melhor forma de se prevenir.

Outras formas de prevenção são: sexo seguro, alimentação adequada, não fumar, não beber, boa higiene oral e evitar traumatismos.

Fazer o exame da boca com frequência também é importante.

Visite o dentista para que analise a mucosa na bochecha, abaixo da língua, acima, e observe se há manchas avermelhadas e esbranquiçadas e/ou pequenos nódulos.

Os tratamentos indicados para o câncer de boca e região orofaríngea dependerão de fatores a serem avaliados pela equipe médica.

A cirurgia robótica é uma das opções mais modernas para diagnóstico e ressecção de neoplasias benignas e malignas em cabeça e pescoço.

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