A cirurgia robótica representa um grande avanço tecnológico na medicina da última década. No entanto, muitos pacientes ainda se perguntam como ela acontece.
Há curiosidade (e receio) por não se saber ao certo qual o papel do robô e do cirurgião, se é seguro ser operado por uma máquina, etc….
Neste texto, tentamos desmistificar algumas destas dúvidas
Desmistificando a cirurgia robótica
O primeiro ponto, e talvez o mais importante, é que o robô cirúrgico nada mais é que um instrumento cirúrgico com várias tecnologias de última geração.
Ele reproduz os movimentos e comandos do médico cirurgião, de forma muito precisa e eficaz, além de permitir uma visualização muito melhor do que a obtida pelo olho nu.
Sendo assim, quem faz a cirurgia ainda é o médico, utilizando o robô como um instrumento que o traz todas estas vantagens técnicas.
Geralmente, a parte inicial da cirurgia é feita de forma convencional, pelo cirurgião principal e seus assistentes.
Então o robô cirúrgico é trazido para junto do paciente e colocado em posição adequada pela equipe médica.
Este processo é conhecido como docking. A partir deste momento, o cirurgião principal se senta no console, de onde consegue ter pleno controle sobre a câmera e as pinças do robô.
O console geralmente fica dentro da sala cirúrgica, a poucos metros da mesa de cirurgia.
O resto da equipe cirúrgica permanece junto ao paciente, observando e auxiliando o procedimento durante a etapa principal.
Ao término, o robô é retirado pela equipe e os passos finais do procedimento são realizados mais uma vez de forma convencional.
Vantagens para o cirurgião
Para o cirurgião principal, são várias as vantagens:
- Ele permanece sentado em posição ergonômica e confortável durante boa parte da cirurgia, que como sabemos pode levar algumas horas;
- A visão propiciada pelo sistema robótico é aumentada em até 10x, em alta definição e com 3D real (2 câmeras), com excelente sensação de profundidade;
- O movimento das pinças é extremamente preciso, com filtro de tremor e intuitivo, permitindo dissecção cirúrgica adequada mesmo em espaço limitado.
Vantagens para o paciente
Para o pacientes, as vantagens dependem de qual procedimento vai ser realizado.
De forma geral, todas estas vantagens técnicas tendem a trazer um melhor resultado para a cirurgia.
A cirurgia robótica vem se mostrando bastante segura, com índices de complicações quase sempre iguais ou melhores que a cirurgia convencional.
Hoje temos mais de 4 mil robôs cirúrgicos em utilização no mundo, dos quais cerca de 3 mil estão nos EUA.
Na Ásia e Europa também já é uma realidade na grande maioria dos hospitais de referência.
O Brasil tem hoje aproximadamente 40 sistemas de cirurgia robótica em utilização, com grande concentração em São Paulo e Rio de Janeiro.
A especialidade cirúrgica em que o robô é mais comumente utilizado é a urologia.
Atualmente, nos EUA, mais de 90% das cirurgias de próstata por câncer são robóticas. Este número também vem crescendo pelo mundo todo, inclusive no Brasil.
Em cabeça e pescoço a cirurgia robótica vem tendo também um papel crescente nos últimos anos. Ela possibilita cirurgias menos agressivas e com melhor resultado estético e funcional, de forma bastante segura.
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